Introdução
A dor nas articulações facetárias, também conhecida como síndrome facetária, refere-se à dor originada das facetas vertebrais (articulações zigapofisárias, z-joints) no pescoço, meio ou parte inferior das costas.
Etiologia
A dor facetária resulta de carga anormal e estresse biomecânico excessivo devido à má postura, anatomia perturbada, debilidade, trauma (por exemplo, chicoteamento), fratura, inflamação, alterações degenerativas do disco, artropatia facetária degenerativa e/ou espondilolistese.
Epidemiologia e Fatores de Risco
Sendo a causa mais comum de incapacidade em adultos com mais de 45 anos, 70-80% dos adultos experimentam episódios de dor lombar pelo menos uma vez na vida. A prevalência da dor nas articulações facetárias na coluna cervical varia de 36% a 55%, enquanto na coluna lombar é de 15% a 45%.
Prevenção e Impacto na Sociedade
A prevenção primária exige a identificação precoce e a redução ou modificação dos fatores de risco. A dor crônica nas costas representa um fardo significativo para a sociedade, gerando custos associados à falta de um diagnóstico preciso, uso excessivo de imagens, cirurgias desnecessárias e afastamento do trabalho.
Fisiopatologia
As articulações diartrodiais da coluna são formadas pela articulação do processo articular superior de uma vértebra com o processo articular inferior da vértebra acima. A cápsula articular, membrana sinovial, cartilagem articular e meniscos compõem a articulação. Com o envelhecimento, as articulações transitam de uma orientação coronal para uma posição sagital.
Progressão da Doença
O início agudo da artropatia facetária resulta de anos de acúmulo de estresse repetitivo. Sem a remoção do estímulo patogênico, a degeneração contínua ocorre, levando a mudanças inflamatórias. A fase crônica resulta em sensibilização central das células nociceptivas e proprioceptivas, com desenvolvimento de neuroplasticidade.
Condições Associadas e Complicações
A disfunção da articulação facetária está comumente presente em pacientes com dor discogênica e/ou dor na articulação sacroilíaca. Complicações adicionais incluem cefaleias, espondilolistese degenerativa, cistos na articulação facetária e estenose neuroforaminal, podendo resultar em radiculopatia cervical ou lombar.
Avaliação Essencial
História
Os padrões primários de dor envolvem o pescoço, ombros, parte inferior das costas, articulações sacroilíacas e quadril lateral, com dor referida para as regiões cervical, lombar, glútea, trocantérica, lateral da coxa, posterior da coxa e virilha. A dor é descrita como uma dor surda quase constante com episódios de dor aguda.
Exame Físico
A inspeção da postura é essencial para diagnosticar elementos diagnósticos como lordose aumentada ou diminuída, atrofia muscular, assimetria ou alinhamento. A palpação de pontos sensíveis ao longo das regiões paravertebrais e processos transversais, juntamente com avaliação do movimento, ajuda na formulação de um plano de tratamento focado.
Estudos de Imagem
Radiografias simples são uma boa triagem para detectar instabilidade e fraturas. A tomografia computadorizada (TC) pode avaliar a artropatia facetária, fraturas ou progressão da fusão. A ressonância magnética (RM) é útil para avaliar a artropatia facetária, derrames articulares e sinovite.
Tratamento e Gerenciamento
O tratamento conservador inclui educação, controle local da dor com analgésicos, anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), relaxantes musculares, cremes tópicos e fisioterapia. Injeções de corticosteroides intra-articulares podem ser indicadas. Para casos persistentes, a denervação por radiofrequência ou crioneurose pode ser considerada.
Educação do Paciente e Perspectivas Futuras
Mecanismos de enfrentamento, programas de exercícios domiciliares e educação familiar são partes essenciais do programa de reabilitação. Novas modalidades, como a estimulação percutânea de nervos periféricos, estão mostrando promessa em ensaios clínicos recentes.
Conclusão
A dor nas articulações facetárias é uma condição complexa que requer uma abordagem abrangente. A compreensão dos fatores de risco, avaliação precisa e opções de tratamento personalizadas são cruciais para o manejo eficaz dessa condição dolorosa. O avanço contínuo nas modalidades terapêuticas promete melhorias significativas na qualidade de vida dos pacientes afetados.